Editora Abril vai encerrar títulos e demitir cerca de 800 funcionários

Entre as revistas que deixarão de existir estão ‘Elle’, ‘Cosmopolitan’, ‘Casa Claudia’ e ‘Boa Forma’; oficialmente, empresa não informa número de demissões, mas segundo fontes, serão quase 800 cortes

Editora Abril anunciou nesta segunda-feira, 6, em comunicado, que vai manter 15 títulos em operação – com isso, boa parte do portfólio de revistas femininas e de arquitetura e decoração será fechada. 

As medidas, que vão resultar na demissão de cerca de 800 funcionários, segundo apurou o Estado, vêm cerca de duas semanas depois de a empresa de reestruturação Alvarez & Marsal ter assumido o comando da companhia de mídia. No comunicado em que anunciou a reestruturação, a Abril mencionou os cortes, mas não informou o total de demitidos.

Entre os títulos encerrados dentro da reestruturação anunciada nesta segunda-feira estão revistas femininas, como Elle e Cosmopolitan, e dedicadas ao setor de decoração, como Casa ClaudiaArquitetura e Minha Casa. A Boa Forma também deixará de circular. Os 15 títulos que continuam a existir, entre revistas impressas e sites, são: VejaVeja São PauloExameQuatro RodasCláudiaSaúdeSuperInteressanteViagem e TurismoVocê S/AVocê RHGuia do EstudanteCaprichoM de MulherVip e Placar.

Processo de restruturação: dívidas de R$ 1,3 bi

A Abril vem em um processo de reestruturação que já dura cerca de um ano. Em outubro do ano passado, a empresa Legasi (antiga 44 Capital) começou um processo de cortes com o objetivo de reduzir o endividamento do grupo, que hoje está próximo de R$ 1,3 bilhão. 

O prejuízo da empresa no ano passado foi superior a R$ 330 milhões, de acordo com relatório da PriceWaterhouseCoopers. Uma das medidas da Legasi foi a mudança da sede da empresa, para reduzir custos.

 Conhecida por assumir negócios em dificuldades, como a Casa & Vídeo e a Brasil Pharma (negócio de farmácias do BTG), a Alvarez & Marsal colocou um executivo próprio – Marcos Haaland – como presidente da Abril, há cerca de duas semanas. 

Com a entrada de Haaland, Giancarlo Civita, neto do fundador do grupo, deixou a presidência do grupo. Ele havia assumido o comando da companhia em março deste ano, após duas trocas de liderança em quatro meses.

Fonte: Estadão