Uma em quatro famílias tem dívidas atrasadas no Brasil, aponta CNC

Em setembro, 20,3% dos endividados afirmaram ter mais da metade da renda mensal comprometida com contas; cartão de crédito permanece sendo o principal vilão, citado por 76,7% das famílias

RIO – Tanto o endividamento quanto a inadimplência ficaram estáveis na passagem de agosto para setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostrou que o porcentual de famílias endividadas foi de 60,7% em setembro, mesmo patamar observado em agosto.

Já a proporção das famílias com dívidas ou contas em atraso permaneceu em 23,8% no mês de setembro, mesmo resultado do mês anterior.

Em relação a um ano antes, porém, houve melhora. Em setembro de 2017, 61,7% das famílias estavam endividadas, enquanto 26,5% estavam inadimplentes.

“Após dois meses de alta consecutiva, o porcentual de famílias com dívidas apresentou estabilidade em setembro. Em relação a 2017, o indicador permaneceu em patamar inferior, refletindo um ritmo lento de recuperação do consumo e a cautela das famílias na contratação de novos empréstimos e financiamentos”, avaliou a economista Marianne Hanson, da CNC, em nota oficial.

O porcentual de famílias que permaneceriam inadimplentes por falta de condições de pagar as contas ou dívidas em atraso aumentou de 9,8% em agosto para 9,9% em setembro. Em setembro do ano passado essa fatia era maior: 10,9%.

A proporção das famílias que se declararam muito endividadas diminuiu de 13,5% em agosto para 13,3% do total de entrevistadas em setembro. Na comparação anual, houve queda de 1,7 ponto porcentual na população de muito endividados.

O cartão de crédito permanece sendo o principal tipo de dívida, citado por 76,7% das famílias entrevistadas, seguido por carnês (14,6%) e financiamento de carro (10,2%).

O tempo médio de atraso no pagamento de dívidas foi de 65,2 dias em setembro de 2018, acima dos 64,3 dias registrados em setembro do ano passado. 

Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 32,1% das famílias afirmaram possuir dívidas por mais de um ano. 

Entre os endividados, 20,3% afirmam ter mais da metade da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.

Fonte: Estadão