No Brasil, os pagamentos de até 50 reais devem ser liberados sem a necessidade de senha. Acima desse valor, a transação precisará ser autenticada
O cliente pede a conta no restaurante e na hora de pagar precisa apenas aproximar o cartão da maquininha. Dependendo do valor, não é necessário nem digitar a senha. O pagamento por aproximação, o contactless, já é realidade em muitos países – na Austrália, 92% das transações já acontecem dessa maneira.
No Brasil, a expansão desse modo de pagamento deve acontecer rapidamente a partir de 2019, prevê Paulo Frossard, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Mastercard. A aposta se baseia na combinação de vários fatores, como a renovação do parque brasileiro de maquininhas e a emissão de cartões com essa tecnologia. Até dezembro, todos os equipamentos estarão aptos a fazer transações por aproximação.
“A partir de abril, todos os novos cartões que forem emitidos com a bandeira Mastercard terão que vir com a tecnologia contactless”, diz Frossard.
Além disso, segundo ele, o brasileiro é muito receptivo a novas tecnologias. “Quando ele percebe ganhos de tempo e praticidade, costuma aderir muito facilmente às novidades.”
De acordo com levantamento da Mastercard, pagamentos realizados por aproximação levam meio segundo, sendo assim sete vezes mais velozes que os feitos com cartões tradicionais.
No Brasil, os pagamentos de até 50 reais devem ser liberados sem a necessidade de senha. Acima desse valor, a transação precisará ser autenticada.
Frossard diz que o porcentual de transações contactless realizadas hoje no país é muito pequeno. Mas ele vê potencial para que elas alcancem de 5% a 10% do total de pagamentos no prazo de um a dois anos.
No primeiro semestre do ano, esse tipo de operação registrou um crescimento de 344% em comparação à segunda metade de 2017. Só em São Paulo, cidade que mais realiza pagamentos por aproximação, foram realizadas 230.000 transações no último mês. No Brasil, mais de 2.700 cidades já estão prontas para realizar esse tipo de pagamento.
“É muito fácil. Não é necessário dar treinamento especial para o funcionário manusear a máquina que recebe o pagamento por aproximação”, diz Frossard.
Outras aplicações
Cartões com tecnologia para pagamento por aproximação podem ser utilizados também no transporte público.
A Mastercard possui projetos em sete cidades brasileiras para realizar esse tipo de operação. A primeira delas foi Jundiaí, onde os passageiros podem pagar a passagem com cartão de crédito, débito ou pré-pago.
“Imagina a facilidade que é pagar a passagem sem precisar usar dinheiro ou moeda”, afirma o executivo da Mastercard.
Para que a tecnologia seja implementada em outras cidades é necessário o interesse da administração pública e adaptação dos sensores de pagamento dos ônibus.