O boleto cairá em desuso?

Em artigo, executivo da Vindi reflete se esse meio de pagamento cairá em desuso com o avanço de novas tecnologias de pagamento

Ouvimos muito falar que o boleto é um método ultrapassado de pagamento e que cairá em desuso em breve. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) indica que são realizadas no Brasil 3,7 bilhões de transações com boletos bancários por ano. É um número relativamente alto, porém esse uso representa apenas 25% diante de todo o cenário. Ponto para os anti-boletos.

Porém, não existe um meio de pagamento que seja melhor ou pior que o outro, mas sim uma adequação do modelo de cobrança para cada tipo de cliente ou processo. O boleto, embora alguns o vejam como antiquado, tem suas vantagens, como o atendimento a quem não tem conta em bancos ou para aqueles que não querem ter seus dados bancários vinculados a um pagamento. Ponto para os pró-boletos.

Além de ser muito utilizado por pessoas que não querem associar pagamentos a bancos, o boleto é indicado para empresas que mantêm os faturamentos e contas a receber por meio de emissão deste meio de pagamento. O modelo também é adequado para empresas e empreendedores que, por deficiência técnica ou financeira, não conseguem contratar uma solução de cartão de crédito para o seu modelo de negócio, por exemplo.

Mas a verdade é: com os movimentos contínuos de digitalização, e principalmente com a evolução dos meios de pagamentos, o boleto vem sofrendo os efeitos da evolução tecnológica, assim como o uso de cheques, que diminuiu ao longo dos anos. E, com isso, este panorama vem dando lugar a outros tipos de transação, como débito em conta, transferências online, pulseiras, cartões pré-pagos, celulares, entre outros. E isso não significa o fim dos antigos modelos de pagamentos.

Já analisando o futuro, acredito que com a implementação do boleto com registro e demais soluções e ferramentas de cobrança, dificilmente um modelo irá se sobrepor ao outro. São diferentes alternativas para a realização do atendimento dos diversos tipos de negócios existentes e que se adequam a cada perfil de pessoa ou empresa.

*Luiz Vega é Diretor de Gestão de Riscos e Prevenção à Fraude da Vindi.

Fonte: Consumidor Moderno