Difícil que Banco do Brasil e Caixa sejam privatizados, diz presidente do Bradesco

Para executivo, há outras instituições em que fariam mais sentido ver participação do governo ser vendida

É difícil que os dois bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, sejam privatizados pelo futuro governo de Jair Bolsonaro, disse Octavio de Lazari Junior, presidente do Banco Bradesco.

“Não acho que privatizar seja necessário e urgente e não deve ocorrer num prazo tão curto, disse Lazari, ao ressaltar a competência da equipe técnica escalada pelo futuro governo para administrar as duas instituições financeiras.

Para Lazari, há outras instituições em que fariam mais sentido ver a participação do governo ser vendida, como o IRB, o instituto de resseguros.

Segundo o presidente do conselho do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, os bancos públicos têm o seu papel na economia e devem ser reforçados.

Os executivos ressaltaram que os dois bancos públicos têm cerca de 50% do crédito no Brasil e afirmaram que o Bradesco tem apetite para fazer mais operações de crédito.

Segundo os executivos, o enxugamento da estrutura de agências do Bradesco foi finalizado e o quadro de funcionários deve seguir, na média, estável.

IOF distorce mercado bancário

Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, criticou a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as operações de crédito, que estaria distorcendo o mercado com a taxa de juros no patamar de 6,5%.

“Tem uma assimetria no imposto”, disse.

O fim da cobrança de IOF sobre o crédito é um dos pedidos da Febraban (federação dos bancos) em livro em que defende medidas para a redução das taxas de juros do país.

O vice-presidente Marcelo Noronha disse esperar que o mercado de crédito para pessoa jurídica cresça 10% em 2019 e que tudo indica comportamento semelhante para segmento pessoa física.

Fonte: Folha de São Paulo