De acordo com pesquisas, fatores como a crise econômica e o desemprego podem impactar no aumento da inadimplência no Brasil. Veja os principais motivos e como lidar com ela!
“Se o serviço é muito importante para o consumidor, ele dificilmente vai esquecer ou deixar de realizar o pagamento, diz Patrick Oliveira da Gerencianet
Um dos maiores temores dos empresário brasileiros, a inadimplência segue crescendo no Brasil. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o porcentual de famílias brasileiras com algum tipo de dívida subiu de 59,8% em dezembro de 2018 para 60,1% em janeiro de 2019. Ainda segundo números divulgados pela Serasa Experian, o número de consumidores inadimplentes no país chegou a 61,8 milhões em junho do ano passado.
O problema traz consequências graves, principalmente para pequenos empreendedores que encontram desafios para manter um fluxo de caixa organizado. Diante desse cenário preocupante, muitos empresários buscam formas de evitar a inadimplência.
Principais causas da inadimplência
Para desenvolver um plano de ação visando a diminuição da inadimplência é preciso, primeiramente, entender as principais causas do problema e, a partir daí, criar soluções para cada uma delas. Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a falta de dinheiro não é a única causa.
De acordo com o Coordenador de Relacionamento da Gerencianet, empresa intermediadora de pagamentos, Patrick Oliveira, a inadimplência pode ter diversos fatores geradores. “Percebemos um número muito grande de pessoas que não realizam o pagamento em dia simplesmente porque esqueceram a data do vencimento. Como o número de atividades que realizamos todos os dias é alto, isto se torna cada vez mais comum”, explica.
Outro motivo apontado por Oliveira é a definição de uma data de vencimento desfavorável ao cliente, como datas distantes do dia em que recebem. Além disso, a importância e a dependência do cliente com relação ao serviço é um fator impactante. “Se o serviço é muito importante para o consumidor, ele dificilmente vai esquecer ou deixar de realizar o pagamento. Como aquilo é fundamental para a vida dele, o pagamento será prioridade”, pondera.
Como evitar a inadimplência?
Como as causas da inadimplência podem ser várias, é importante definir atuações para cada uma delas. A primeira ação a ser realizada é facilitar o pagamento com a utilização de uma ferramenta de assinatura, por exemplo. “Um intermediador de pagamento proporciona a possibilidade de realizar cobrança recorrente por cartão de crédito ou boleto. Assim, além da cobrança ser feita de forma automática, sem precisar ser enviada a cada mês, a chance do cliente esquecer é menor. No caso do cartão de crédito, por exemplo, o desconto é realizado automaticamente na fatura, sem que ele precise realizar qualquer ação”, afirma Oliveira.
Quando a cobrança é realizada por meio de boleto, é recomendado enviar avisos de cobrança para o cliente, indicando que a data de vencimento está próxima. Neste quesito, o acompanhamento é fundamental. “É importante ter uma rotina de verificação dos pagamentos recebidos. Desta forma, a inadimplência é detectada de maneira mais ágil. Alguns intermediadores fazem isso de forma automática: enviam lembretes de vencimento e, em caso de não pagamento, identificam a inadimplência”, completa.
Como incentivar a adimplência?
Algumas iniciativas podem ser usadas para incentivar que o cliente faça sempre o pagamento em dia. A forma mais eficaz é o oferecimento de descontos para aqueles que estão pontuais com os valores. Com o intuito de economizar, as pessoas fazem um esforço extra para não deixar passar a data de vencimento.
Além disso, a percepção da importância do serviço é o que vai fazer com que o cliente não queira ficar sem ele. Por isso, sempre prestar atendimentos e oferecer produtos de qualidade são formas eficazes de reter clientes e também de fazer com que eles estejam sempre em dia.
A inadimplência aconteceu. E agora?
Mesmo com todas as ações preventivas, nem sempre é possível evitar todos os casos de inadimplência. Depois que ela acontece, é preciso iniciar uma negociação. “Tirar os juros e oferecer o parcelamento, por exemplo, pode ser a diferença entre o recebimento ou não da dívida”, completa Oliveira.
No entanto, é preciso se atentar para as diretrizes do Código de Defesa do Consumido. Expor o cliente a qualquer tipo de constrangimento ou realizar ligações fora do horário comercial, entre outras ações, são práticas proibidas e, se realizadas, podem trazer problemas legais para o empresário.
Realizar esses procedimentos pode não ser trabalho fácil, principalmente em empresas menores. Mas algumas ferramentas, como um intermediador de pagamentos podem ajudar no processo.