Grupo comprava dados pessoais no mercado negro e ligava dizendo ser do setor de segurança de uma central bancária, alertando que o cartão da vítima havia sido clonado.
A polícia de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, prendeu uma quadrilha que aplicava golpes em clientes de cartões de crédito. O esquema era sofisticado e foi revelado pelo líder do grupo, Reginaldo da Silva.
O grupo encomendava listas de dados pessoais no mercado negro e ligava para as vítimas dizendo ser do setor de segurança de uma central bancária. Com os dados comprados, perguntavam se o cartão de crédito dela tinha sido emprestado ou se tinha feito compras em determinadas lojas, como mostra gravação obtida pela polícia. A vítima não reconhecia as compras e era informada que o cartão tinha sido clonado.
O bandido, então, orientava a vítima a ligar para o banco ou administradora pedindo o bloqueio do cartão. Para isso, dizia que ela deveria usar o número impresso no verso do cartão. Só que o golpista não desligava o telefone. Por causa do nervosismo, a pessoa discava com pressa e não percebia que a ligação anterior não havia sido interrompida.
O golpista conseguia segurar a linha e, com o uso de um programa de computador, registrava o número para o qual a vítima estava ligando. Isso bastava para ele saber o nome do banco e lançar mão da estratégia mais ousada do golpe: acionava um arquivo de áudio idêntico ao usado pela central de atendimento. Era como se o dono do cartão estivesse mesmo em contato com a central telefônica verdadeira.