A revolução dos boletos eletrônicos

Sistema lançado há dez anos para modernizar a liquidação dos boletos bancários, oferecendo mais segurança e controle nos meios de pagamento e que hoje é referência no mundo inteiro, o Débito Direto Autorizado – ou simplesmente DDA – conseguiu desde então revolucionar os boletos de pagamento, que se tornaram eletrônicos.

A importância da medida fica ainda mais evidente se levarmos em consideração que, desde 1993, quando os boletos de pagamento passaram a existir, ainda não haviam sido aplicadas melhorias relacionadas à tecnologia. Com o DDA, o mercado ganhou uma nova perspectiva para a evolução desse meio de pagamento.

Um ponto a ser destacado é a manutenção da essência do DDA desde o seu início. Ou seja, a adesão continua sendo de forma voluntária e sem custos para quem tiver interesse. Para efetuar o pagamento eletrônico, basta ao cliente fazer o cadastramento no banco, que passará a fazer o encaminhamento dos boletos. Esse recurso facilita a organização das contas que estão para vencer, uma vez que os clientes conseguem visualizar todos os boletos que foram emitidos em seu nome, contribuindo para a melhoria do controle financeiro de quem adere à facilidade.

Toda essa mudança trouxe muitos ganhos em termos econômicos, logísticos e ambientais, pois permitiu a diminuição de custos com impressão e envio dos boletos. Além disso, o uso de aplicativos para smartphones auxiliou bastante nessa relação entre o usuário final e os bancos.

Agora, com poucos cliques, a solicitação desse cadastro ficou ainda mais rápida e fácil. Foi assim que a iniciativa conseguiu atender a uma demanda crescente por processos mais digitais, além de atrair mais clientes para um mundo mais conectado.

Outra iniciativa, além do DDA, foi fundamental para modernizar o sistema de emissão e pagamento de boletos. Com a Nova Plataforma de Cobrança (NPC), desenvolvida pelo setor bancário em conjunto com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), é possível oferecer mais comodidade aos clientes, além de prevenir a lavagem de dinheiro e melhorar o atendimento aos reguladores, que podem ter acesso a informações, origem e destino de valores.

Com a Nova Plataforma de Cobrança, os clientes podem pagar boletos registrados após a data de vencimento e em qualquer instituição financeira, com a opção de pagamento eletrônico. Do ponto de vista de segurança, os boletos eletrônicos reduziram as oportunidades de fraudes. Segundo dados da Febraban, a NPC conseguirá eliminar R$ 450 milhões em fraudes por ano nesses pagamentos.

Se com os boletos impressos é possível fazer uma cópia adulterada do documento, direcionando o código de barras para uma conta ilegal, a Nova Plataforma torna essa ação praticamente inviável por contar com os mesmos procedimentos de certificação, criptografia e de segurança de uma TED.

A segurança somada à praticidade oferecida já traz resultados significativos. A Febraban aponta que de dezembro de 2018 a fevereiro deste ano, 1,5 bilhão de boletos já foram cadastrados na plataforma, totalizando mais de 6,6 bilhões de operações. Os números mostram ainda que o número de pagadores eletrônicos cresceu 33% no último ano, uma mostra de que os brasileiros estão cada vez mais familiarizados com esse sistema de pagamentos.

O DDA também resolve questões com a perda ou extravio dos boletos ou mesmo quando há a paralisação das atividades em empresas responsáveis por entregas de correspondências, causas frequentes da inadimplência. Além disso, como os débitos são autorizados um a um e centralizados na mesma plataforma, os clientes passam a ter menos problemas com cobranças duplicadas – equívoco eventualmente cometido por algumas empresas.

O próprio segmento bancário já entende que as mudanças acontecem de forma muito rápida e que o maior desafio é conseguir acompanhar as tendências, desenvolver soluções e pensar no ecossistema como um todo. O DDA e a NPC, sem dúvida alguma, estão cumprindo muito bem o seu papel dentro desse movimento.

Fonte: Valor Econômico