Bancos sobem juros cobrados das famílias brasileiras em fevereiro

Banco Central divulga a média dos juros praticados pelos bancos em fevereiro

A ideia de que as taxas de juros que são cobradas ao consumidor final cairiam diante da queda da taxa básica de juros (Selic) ainda não se tornou realidade. Dados divulgados nesta sexta-feira (27/3) pelo Banco Central (BC) revelam que a taxa média do crédito livre que é oferecido às famílias brasileiras subiu em fevereiro, chegando a 46,7% ao ano – taxa bem diferente da Selic, que está na mínima histórica de 3,75%.

Segundo a nota de crédito de fevereiro, a taxa média de 46,7% ao ano registrada em fevereiro é 1,1 ponto percentual maior que a taxa de janeiro: 45,6%. Essa alta foi puxada pelo aumento dos juros do crédito pessoal não consignado, que subiram de 103,6% ao ano para 106,6% ano entre janeiro e fevereiro deste ano; e dos juros do cartão rotativo, que passaram de 316,7% ao ano para 322,6% ao ano. Já a taxa de juros do crédito consignado ficou praticamente estável em 21,4% ao ano.

A alta só não foi maior porque a taxa de juros do cheque especial caiu de 141% ao ano para 130% ao ano, em virtude da normativa do BC que passou a limitar em 8% os juros mensais que são cobrados dos clientes do cheque especial. Também houve uma pequena redução dos juros do financiamento de veículos, que passaram de 19,7% ao ano para 19,4% ao ano nesse período.

Já no crédito livre que é destinado às empresas, o BC registrou uma leve redução dos juros. A taxa passou de 17,6% ao ano em janeiro para 17% ao ano em fevereiro, influenciada pelo corte de juros do capital de giro (de 16% ao ano para 15,1% ao ano), do desconto de duplicatas e recebíveis (de 17,2% ao ano para 15,2% ao ano) e da aquisição de veículos (de 12,5% ao ano para 12,1% ao ano).

Com isso, de acordo com o BC, a taxa média de juros das operações de crédito contratadas no sistema financeiro nacional alcançou 23% ao ano em fevereiro. Já o spread geral das taxas de juros ficou em 18,5 p.p. Os números foram considerados estáveis pelo BC.

O saldo das operações de crédito totalizou, portanto, R$ 3,5 trilhões em fevereiro – número que é só 0,6% maior que o de janeiro (R$ 3,462 trilhões). Desse total, R$ 2 trilhões foram para pessoas físicas e R$ 1,4 trilhão para pessoas jurídicas.

Fonte: Correio Brasiliense